quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

mas vai passar...

Poderia descrever essa sensação da seguinte forma, tem um gancho, um anzol no meu coraçao, e ele está sendo puxado através das costelas. E isso me tira o ar, me faz arder os olhos e fechar a garganta, e faz doer em cada parte do meu corpo.
Nunca achei que uma dor não física pudesse ser sentida tão profundamente, nos joelhos, na cabeça, nas mãos... sinto todo o meu corpo se contraindo, e tentando chorar, mas esse choro não vem. Nem vai vir. Não vou deixar vir mais. Mas que dói, dói. E muito. E cada lembrança faz com que o anzol seja puxado com mais força.
Ainda não sei o que fazer, mas talvez, eu não possa fazer nada mesmo. Apenas aceitar que cada um tem seu momento, e eprender a lidar com esses sentimentos de rejeição, de mágoa, de raiva, saudade, todos misturados.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Nem um oceano...

Quando é pra acontecer, flui.
Nada de complicações, nada de cobranças, nada de paranóia.
Apenas a simplicidade da certeza.
Seja qual for esta certeza.
Pois de um jeito ou de outro, já está decidido.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mulheres II

Todo homem, em algum momento da sua vida, já fez uma mulher chorar.

Na maioria das vezes, porque tem medo de agir como homens de verdade, e não como uma criança que faz arte escondido.

sábado, 20 de novembro de 2010

Bibliotecário escolar

A quantidade de informação que é produzida e veiculada hoje em dia, faz que nos tornemos protagonistas de um momento único da história. Nunca se teve acesso a tantas informações, em tão variados formatos, e sobre tão diversos assuntos. Apenas para ilustrar, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, no ano de 2009 intitulada “How Much Information?” concluiu que um norte americano consome por dia o equivalente a 34 GB de informação, entre filmes, internet, televisão, telefone, etc. Nesse contexto, é muito mais útil a qualquer pesquisador não memorizar dados, mas saber onde buscá-los, inclusive para o estudante pesquisador.
A tarefa de pesquisa escolar tem objetivos muito claros:

A pesquisa escolar deve ser uma atividade em que os alunos tenham oportunidade de estudo independente, de planejamento de trabalho, de uso de fontes de informação, de desenvolver o pensamento crítico, de adquirir autonomia no processo de conhecimento, de aprender a trabalhar com seus colegas colaborando e contribuindo com o grupo, de sugerir, construir, elaborar, concluir, sentindo-se satisfeito com os resultados atingidos. (MORO, ESTABEL, 2004, p. 3)

Sabemos, no entanto, que nem sempre se consegue atingir estes objetivos. Muitas vezes as pesquisas escolares transformam-se numa atividade de cópia e cola, que em nada colaboram para a construção intelectual do aluno.
A função primordial do bibliotecário é fornecer acesso à informação, e justamente neste aspecto que se torna tao fundamental na atividade de pesquisa para os alunos e usuários da biblioteca escolar. O ideial seria que o bibliotecário e o professor atuassem juntos, afinal, ambos são educadores. Deveria haver envolvimento e sincronicidade entre o trabalho desenvolvido pelos dois profissionais. O professor deveria consultar o bibliotecário antes de mandar os alunos realizarem uma pesquisa, não como uma forma de subordinação, mas para verificar se a biblioteca pode atender essa demanda, que materiais o bibliotecário poderia sugerir, que outras fontes poderiam buscar. Se o profissional da informação fizer parte do processo de elaboração da proposta pelo professor, vai poder contribuir mais efetivamente na busca dos alunos, no desenvolvimento das respostas, e na forma de apresentação dos resultados.
O bibliotecário vai mostrar aos alunos onde buscar informação, pode sugerir bases de dados, sites, fontes de informação, dependendo do grau de exigência da pesquisa. Mais importante que isso, vai mostrar aos estudantes como apresentar os resultados, não apenas copiar o texto, mas compreender a informação em seu contexto global.
Existem inúmeras possibilidades. O mais importante, é que para garantir que isso aconteça, o bibliotecário e a biblioteca devem ser um organismo vivo dentro da escola, devem aparecer, devem participar das atividades, devem estar integrados aos alunos e professores. Só desta forma, alguma mudança será visivel.

GHEDIN, Rodrigo. Adivinha quanta informação os americanos consomem por dia? Meio Bit. Disponível em: < http://meiobit.com/38066/adivinha-quanta-informa-o-os-americanos-consomem-por-dia/.>. Acesso em 12 out. 2010.

MORO, E.; ESTABEL, L. A pesquisa escolar propiciando a integração dos atores: alunos, educadores e bibliotecários – irradiando o Benefício coletivo e a cidadania em um ambiente deAprendizagem mediado por computador. Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 2 n. 1, março, 2004. Disponível em: Acesso em: 10 out. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

No centro

Nas caixas de papelão que servem de vitrine, os ambulantes vendem e anunciam dois filmes nacionais que mais estão fazendo sucesso no momento: Tropa de Elite 2 e Nosso Lar. Com certeza isso quer dizer alguma coisa...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mulheres I

Ontem, ao meio dia fui votar.
Em dia de eleição, ainda mais com esse feriado prolongado, Porto Alegre fica vazia, tão vazia que chega a ser estranho, parece uma cidade do interior, ou o fim dos tempos. Mas voto num colégio perto de casa, entre sair, votar e voltar não se passaram nem 10 minutos.
Nesse intervalo de tempo, um babaca atravessou a rua, e passou  a mão na minha bunda. Com toda a liberdade que o machismo cretino dele o fazia crer que tivesse. Simplesmente assim.
No mesmo dia, as 19 horas, o Brasil comemorava sua primeira presidente mulher. A 11º da América Latina, como escutei por ai.
Nesse mesmo país, uma mulher é estuprada a cada 12 segundos. Isso quer dizer, que entre o babaca que passou a mão em mim, e a confirmação de eleição da Dilma, mais de duas mil mulheres foram estupradas.
Só eu acho isso uma grande palhaçada?
Comemorar e divulgar a eleição de uma mulher, só confirma o nosso machismo. Não foi uma mulher, foi uma pessoa preparada e qualificada, que batalhou muito, que teve assessoria durante vários meses, que participou de debates, que militou, que estudou, que viajou o Brasil inteiro. Assim como qualquer outro candidato faria. Agora celebra-se estardalhosamente porque essa pessoa era uma mulher. E dai? Alguém duvidava que uma mulher poderia fazer isso?
Não. A verdadeira comemoração foi porque isso realmente representa um avanço. Mulheres são tão qualificadas, ou mais do que homens. Não existe profissão que uma mulher não desempenhe melhor do que um homem. Nem construção civil! Mas sempre vai existir algum machista idiota pra dizer que "dirige como uma mulher", ou "chora como uma mulher".
Cuidado Dilma.
Cuidado nós, mulheres, pois não adianta só mostrar competência e qualificação. É preciso mostrar excelência. Não temos o direito de errar. Isso é um privilégio masculino. Ao primeiro escorregão da nova presidente, tenho certeza que vou ouvir na rua "mulher dá nisso!" E obviamente, as glórias que virão com o governo serão fruto da sua capacidade como ser humano, ninguém vai reconhecer que um homem não faria da mesma forma.
Machismo? Feminismo? Não. Existem diferenças.
Já reparou como o pai e a mãe assumem papéis diferentes? Como uma chefia masculina ou feminina é diferente? Grupos de amigos homens ou mulheres são diferentes. Existe diferença. Claro que sim. Negar isso seria ridículo.
É preciso que as pessoas entendam que não se deve negar as diferenças e particularidades, e sim respeitá-las.
As ditas diferenças de gênero, são formadas e consolidadas na criação dos filhos. Quando os pais incentivam gurias a cuidarem da casa, a brincarem de boneca, quando contam historinhas de princesas delicadas e frageizinhas que esperam infinitamente o resgate do príncipe.
Me pergunto com que os guris aprendem a desrespeitar o corpo alheio. Não me digam que as mulheres se desvalorizam. Se um babaca sair sem camisa na rua ninguém vai passar a mão nele. Isso é ensinado geração após geração. Não me  digam que mulheres se desvalorizam. Eu tenho todo o direito do mundo, de usar uma camiseta curta no verão de um país ocidental, de sair de vestido, de usar o que quiser, sem que ninguém encoste em mim. Ou grite, assobie, babe, bata palmas, xingue, nem nada disso.
Mas não vivemos numa sociedade ideal.
Mas comemoramos uma mulher com o mais alto cargo público que se pode ter.
Existe a promessa de não mexer com a legislação sobre o aborto, aliás, uma lei machista, como várias outras! 
Mas assim mesmo, é um passo. Não é a vitória. Estamos longe dela.
Parabéns Dilma.
Muito trabalho pela frente.
Muita luta, pra todas nós.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

II Seminário Nacional Redes de Leitura

O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

sábado, 23 de outubro de 2010

de volta?

Oi. Boa noite. Parabéns para mim pela grande bobagem que fiz. Parabéns por ter feito uma idiotice dessas, parabéns por replicá-la, e parabéns por pelo menos uma vez, se dar conta da bobagem pelo menos um pouco antes de fazer.
Uma coisa é qualquer um ir embora, outra coisa é tu ir embora, pqp, acho que um pedaço de mim foi junto. Literalmente. Nesse momento, meu peito dói. Minha garganta arde, meu coração está acelerado. Se alguém perguntar, é provável que eu começe a chorar.
Procuro qualquer coisa pra me destrair, mas nada parece importante. Tudo me parece fútil e inútil.
Este é um momento de angústia, como uma criança esperando o castigo, mas o castigo nunca vem, e então me sobra apenas a angústia, e a sensação da espera da dor. Espera da dor? Não lembro de ter pensado em algo tão complexo e tão profundo antes.Espera não é um sentimento fácil de lidar. Esperar por algo ruim então... Não é por uma bobagem dessas, que tudo iria por água abaixo, mas por outro lado, com tantas tensões que eu tenho passado, não seria este outro momento destes? Apenas uma outra tensão. Será? Tomara.
Desculpa. Sou uma idiota completa neste momento. Quando eu vi, tinham mil pessoas, mas eu não queria. preferia que só tu ficasse comigo. E agora, a qualquer sinal de "sim" eu iria te encontrar. Onde fosse.
Me sinto mal. Me sinto pesada. Me sinto triste. Sinto meu coração no estômago. Sinto medo, apenas pela ínfima possibilidade de não te ver.
Voltaria algumas horas no tempo se pudesse. Sim, drama demais por pouca coisa. Mas é madrugada, e eu estou sozinha. Mais uma vez.
Desculpe os meus erros.
Desculpe minhas fraquezas.
Desculpe por todo o eu incompleto que sou.
Sou apenas o que consigo.
Mas o que sinto, vai além de mim.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Momento não tô nem um pouco a fim de escrever

Geralmente a vontade súbita de postar no blog aparece quando eu preciso fazer outra coisa, geralmente muito importante, e fico arranjando desculpas interiores e brigando comigo mesma, pra não fazer.








sábado, 2 de outubro de 2010

Regressando

(...)
De tanto volver a ese punto
comprendí que no necessito
tantos caminos para andar,
ni tantos sílabas externas,
ni tantos hombres ni mujeres,
ni tantos ojos para ver.
(...)

IX Regressando, do livro Fim de mundo.
Pablo Neruda

Mais sobre biblioteca escolar


É na escola que moldamos nossa personalidade, justamente nesse curto espaço de tempo (infancia e adolescencia) que recebemos as informações que irao nos influenciar nesse processo. Preconceitos, ética, relacionamento interpessoal, fatores que nos tornarão impares na sociedade. Entre estes fatores, o apreço pela leitura.
O profissional atuante na biblioteca escolar tem uma tarefa muito importante, embora muitas vezes não se de por conta disso. É uma tarefa fundamental no processo educacional do estudante, na formação crítica e intelectual que vai acompanha-lo ao longo da vida.
O bibliotecário que atua neste espaço, tem que perceber que é um educador. Ele tem essa função. Enquanto o professor vai ensinar a ler, o bibliotecário vai mostar o que ler, como ler, onde procurar essa leitura. Ele deve ser a ponte, o mediador para a informação. Deve mostrar que a leitura não é apenas um exercicio escolar, mas também uma forma de lazer.
A legislaçao existente contempla várias formas de incentivo e espansao da biblioteca escolar, mas lamentavelmente, o poder executivo não corresponde da forma adequada, cabendo muitas vezes aos envolvidos diretamente com a biblioteca prover meios para tal.
Muitas escolas não tem biblioteca, principalmente bairros de periferia. Nesses locais é comum acontecer um movimento entre os moradores, que é a criação de bibliotecas comunitarias. Esse tipo de biblioteca surge por iniciativa dos usuarios, que sentem a necessidade deste espaço. Muitas vezes não contam como bibliotecarios, nem com livros novos, nem com meios adequados para organizaçao, mas elas cumprem como nenhuma outra a funçao primordial da biblioteca, que é integrar e informar.
Nem sempre a biblioteca situada fisicamente dentro da escola vai suprir as necessidades dos alunos e usuarios. Em muitos casos, é a biblioteca comunitaria do bairro que vai cumprir este papel. Um espaço de atuação tão valido quanto.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

liberdade, ainda que tardia...

Fiz uma descoberta incrivel essa semana!
A sensação de pedir demissão é muito mais gostosa do que conseguir um emprego!
A libertação absoluta, respirar fundo, ver o ceu azul...
Ah, sem descrição!
Enquanto conseguir um emprego traz a sensação de tranquilidade, estabilidade, rotina, planos a curto e longo prazos, alivio e tudo mais, a demissão traz o poder e a liberdade.
ai, ai...
Agora é batalhar pra conseguir mais um meio de "ganhar as patacas" de cada dia!
Eterno Samsara...

sábado, 28 de agosto de 2010

Sobre Biblioteca Escolar

Um texto curto, escrito em aula para uma disciplina, mas que eu gostei muito.

_______________________________ 
Organização em Bibliotecas Escolares 
Nalin Ferreira
22/08/10
 
 
A Biblioteca Esolar é um dos pilares da educação de base, e continuada. Trata-se de um acervo organizado, disponível, acessível e voltado para uma determinada comunidade educacional. Deve atuar como um suporte ao ensino, em conjunto com os educadores.  Participa do sistema educativo, não como uma muleta, mas como uma peça da engrenagem. Deve auxiliar os usuários a desenvolverem aptidões que auxiliarão na sua vida futura, além de despertar a consciência critica e social, e o gosto pela leitura. Deve promover atividades culturais, e de integração, contribuindo com os objetivos e currículo da instituição de ensino em questão.
A UNESCO define a Biblioteca Escolar em seu Manifesto. Dentro dessa definição, estão listados os objetivos, missão e serviços. Sem querer discutir os interesses por tras deste manifesto, escolhi dois objetivos listados no mesmo, que me chamaram muita atenção: 


*Organizar atividades que incentivem a tomada de consciência cultural e social, bem como de sensibilidade;

*Proclamar o conceito de que a liberdade intelectual e o acesso à informação são pontos fundamentais à formação de cidadania responsável e ao exercício da democracia

Acredito que esses dois objetivos sejam complementares, e essenciais no processo educativo, que é uma das atribuições da biblioteca escolar. Como diz no próprio Manifesto: "[...] é parte integral do processo educativo."
A biblioteca não pode ser apenas um depósito de livros de literatura, com um bibliotecário que alcança informações da estante conforme a demanda. Pelo contrário, deve adiantar-se nesse processo. Deve instigar o estudante, incentivar que busque novidades, que pesquise além do solicitado.
A biblioteca deve ser um pólo de cultura, de informação, de troca, de novidades, e de atividades que atraiam os usuários.
A função da biblioteca, e nesse caso, não apenas da escolar, despertar a consciência crítica no usuário, fazer com que se sinta pertencente a uma comunidade, a uma sociedade, e que se torne crítico e atuante dentro deste espaço.
O usuário deve perceber que tem liberdade intelectual para buscar as informações que forem de seu interesse, e não concordar com elas, e buscar outras fontes.
O exercício de cidadania e democracia ficariam muito mais evidentes se a biblioteca escolar cumprir com os seus objetivos.

domingo, 22 de agosto de 2010

Mais tudo!

A cada minuto que passa, uma nova ferramenta tecnologica é criada. A cada minuto que passa mais um cacareco eletronico surge para facilitar a nossa vida, de homo sapiens pós moderno, aliás, super moderno. Alias, moderno já é um termo ultrapassado. Nao se pode falar em novas tecnologias, todas já sao velhas no minuto em que surgem, pois outra muito mais rápida, eficiente, ultramegablaster e cheia de botões já está em desenvolvimento.
Agora alguem me explica, como é possível um pouco de paz nessa loucura toda? É possível conciliar uma busca espiritual com faculdade, estágio, curso, namorado, politicagem, financiamento e um mínimo de vida social? Se alguem tiver a resposta, por favor, deixe um comentário!
Existem as coisas que voce gostaria de fazer, como acordar cedo, praticar yoga, comer muitas frutas, fazer as refeiçoes com calma, meditar, ver o sol poente, caminhar pela cidade, ler varios livros, usar roupas coloridas, espalhar flores pela casa, ficar perto da natureza...
E tem as coisas que voce precisa fazer, como acordar cedo, entregar os trabalhos da faculdade dentro do prazo, com o minimo de conteudo inteligente, almoçar no RU e sair correndo pro estágio, catalogar, classificar, indexar, etiquetar, pesquisar, patrimoniar, inserir, sair correndo do estágio, manter a casa limpa, acordar ainda mais cedo por causa de uma professora louca que começa a aula antes do horario, e dá falta pra quem se atrasa, aprender outro idioma, participar das reunioes do Centro Academico, organizar a semana academica, organizar as palestras do semestre, estar por dentro das estatisticas eleitorais, arranjar dinheiro pra pagar o financiamento, luz, água, telefone, internet, gás, e nao sobrar grana pra pagar uma yoga que custa um absurdo de reais por mes, , ler trocentos textos cientificos e teóricos e analisar, resumir, criticar...correr de um lado pro outro frenéticamente e nunca estar em casa, matando todas as plantinhas que tentam aludir ao minimo contato com a natureza, e chegar na sexta feira tão cansada, que dormir é o unico objetivo possivel de realizar. Nesse meio tempo ainda é preciso manter o contato com a família, amigos e humanidade.
Não esquecando tambem de depilar as pernas, tirar a sobrancelha, fazer regime, tomar dois litros de água, tomar vinho tinto que faz bem pro coração, comer fibras, tomar chá verde, comer maçã, que faz bem pra garganta, tomate que tem nao sei o que, peixe que tem ômega 3, azeite de oliva, linhaça, e mais uma série de sementes, grãos e plantas que são necessárias, segundo alguem, ou alguma pesquisa.
Sério, estamos em pleno agosto, e eu preciso muito de férias.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CARTA DE ESCLARECIMENTO


Informações divulgadas pela atual gestão do DCE a serem revistas

Diante dos últimos acontecimentos na universidade, o CABAM sentiu a necessidade de esclarecer determinadas notícias que circularam entre os alunos. Esse esclarecimento é direcionado não somente aos alunos que são parte deste centro (de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia), mas sim a toda a comunidade acadêmica da UFRGS.

- SOBRE OS GUIAS DO BIXO
No início do ano, a atual gestão do DCE contatou o CABAM solicitando autorização para o uso do conteúdo do Guia do Bixo por nós produzido já no ano passado. Ficou acordado entre centro acadêmico e DCE que o texto poderia ser usado/adaptado com as devidas autorias preservadas e publicadas e, em troca deste uso, o DCE realizou a impressão dos Guias do CABAM deste ano. 

A ser esclarecido: 
O DCE nunca forneceu auxílio financeiro ao CABAM, conforme divulgado em recibo produzido pelo DCE. A troca foi baseada no recebimento dos guias impressos destinados aos calouros de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia.

A ser noticiado: 
No início do primeiro semestre de 2010, o veículo em que se encontravam os guias foi saqueado. Somente os Guias do Bixo do CABAM foram perdidos. Dessa forma, na primeira semana de aulas, os Guias do Bixo do DCE foram entregues aos calouros da UFRGS e, somente após nova impressão, o CABAM pôde entregar os seus.


- SOBRE O XII EREBD SUL
O XII Encontro Regional dos Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação da Região Sul, sediado em Porto Alegre nas dependências da UFRGS, teve por comissão organizadora alunos do curso de Biblioteconomia da UFRGS. Como instituição representativa do curso, o CABAM apoiou a iniciativa.

A ser esclarecido:
Diferentemente do que foi divulgado pela gestão do DCE, o CABAM não recebeu auxílio financeiro do DCE para a organização do XII EREBD Sul, simplesmente por não fazer parte da organização do mesmo
O DCE forneceu apoio, de fato, à Comissão Organizadora do evento - composta somente por alunos do curso de Biblioteconomia da UFRGS -, ao imprimir sem custos os certificados dos participantes com o logotipo do DCE Livre. 


- SOBRE O USO DE CONTEÚDO SEM ATRIBUIÇÃO DA FONTE

A página de informações do site do CABAM que diz respeito ao Cartão TRI teve seu conteúdo copiado pela atual gestão do DCE. Após reclamação, é possível conferir o link atribuído ao CABAM no pé da página.
Cartão TRI no site do CABAM: http://www6.ufrgs.br/cabam/cartaotri
Cartão TRI no site do DCE: http://dceufrgs.wordpress.com/cartao-tri/

O CABAM espera, diante do acima exposto, ter esclarecido determinadas informações errôneas, além de prejudiciais para o centro, divulgadas a respeito da vinculação estabelecida entre o centro acadêmico e a atual gestão do DCE da UFRGS.

CABAM
Centro Acadêmico da Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia da UFRGS
www.ufrgs.br/cabam
www.twitter.com/cabam

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia


O Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia from Intervozes on Vimeo.


Muito legal esse video, discute a imagem da mulher na midia, preconceitos, controle da midia, papel da telecomunicaçoes, etc. Recolhe depoimentos de mulheres de diversos movimentos e grupos sociais.
É um pouco longo, mas vale a pena!

" 23 imagens no jornal, 7 retratavam mulheres, 2 eram propagandas, 2 retratavam mulheres em situaçao inferior, de fragilidade...."

quarta-feira, 16 de junho de 2010

...

"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão" - Cesare Pavese

terça-feira, 15 de junho de 2010

Simples como chocolate

Essa semana foi de pagamento. Recebi a bolsa do estágio e paguei as contas do mês. Isso quer dizer que em 5 dias estarei tão lisa quanto semana passada.
Caralho, isso não acaba nunca, quando uma prestação acaba, outra começa, geralmente não por vontade minha. As contas se acumulam, se alternam, se repetem, atrasam, são parceladas, se acumulam, chegam todas ao mesmo tempo, e assim sucessivamente...
Nessa tarde ganhei uma barrinha de chocolate, aquelas recheadas com creme de morango, sabe? Não lembro o nome, uma dessas comunzinhas que têm no caixa do supermercado.
Pois essa barrinha inocente explodiu em lembranças na minha cabeça.
Quando era criança (ah, que saudades que eu tenho do meu tempo de criança, que saudade ingrata...), sempre pedia um ovo de chocolate com morango na páscoa.
Daí eu lembrei do gosto que o bendito chocolate tinha: gosto sem culpa! Apenas o doce, sem pensar nas calorias, na gordura trans, na celulite, na corrida que vou fazer porque quebrei a dieta! Coner chocolate porque deu vontade, não porque preciso de doce na TPM. Simplesmente sabor. E comer cada pedacinho, curtindo, saboreando, lambuzando, e nem aí pro farelo na cama!
Ao mesmo tempo, lembrei que meus pais faziam pegadinhas de coelho pela casa, e me acordavam cedinho: "filha, o coelho deixou um presente, vamos procurar!"
Ah, e o pijama peluciado, e o calorzinho da casa fechada de manhã, meus pais se prestando à brincadeira... que coisa boa.
Pode ser que a lembrança seja mais enfeitada do que o acontecido de fato, mas a memória nos prega essa peças!
Sempre que penso na páscoa, lembro do meu pai. Não nos falamos há anos! Não sei porque, mas nessa data a lembrança fica mais forte. Ele não come chocolate, e eu sempre queria comprar amendoim, afinal "amendoim ele come, mãe!"
Eu sabia do prazer da páscoa e do chocolate (embora não tivesse essa consciência), e queria que ele se sentisse feliz com isso também.
Numa daquelas "caçadas", ganhei um bloco de desenho imenso e lápis de cor. O bloco ficou na memória. Desenhei um cavalo imenso, que ficou sem cabeça por causa da minha escassa noção de espaço, mas ficou o cavalo mais lindo do mundo assim mesmo.
Também pensei na minha mãe, pensei nela com tanta força, com tanta saudade... Pensei em tudo que ela passou, o que enfrentou, o jeito despachado, alegre, agitado, sempre com uma cuia na mão e uma risada que alcança tons tão altos capaz de trincar vidros e arrebentar tímpanos (tenho certeza que isso vai acontecer um dia!).
Pensei no apartamento da Santana, da casa na ladeira, daquela páscoa na Argentina, na casa chiquérrima, de uma tia chiquérrima, que sempre me deixava de cara, de um jeito ou de outro.
Isso tudo acontece na metade da barra, que tem só quatro quadradinhos minúsculos.
Depois dessa nostalgia toda, que deve ter durado um ou dois segundos, meus olhos passaram pela pilha de contas de novo, e os dois últimos pedaços tiveram aquele gosto de chocolate pra curar tristeza. Não teve a menor graça.
Essa vida de adulto às vezes cansa.
Tem horas que eu queria que minha mãe resolvesse meus problemas de novo.
Mas é sexta feira, dia de cerveja.
Vale pelo chocolate das páscoas passadas.



Escrito em 11 de junho de 2010. Nada em clima de dia nos namorados, mas tudo bem. 


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Do Direito de Escolha


Aborto não é método contraceptivo. Nunca foi. Mas assim como a prostituição é uma das profissões mais antigas do mundo (junto com a de bibliotecário!), o aborto é uma prática muito antiga, realizada por muitas mulheres desde sempre.

Nem vou falar dos casos de estupro, ou de má formação. Apenas do direito de escolha, pessoal e intransferível!

Chás, ervas, poções do todo tipo fazem parte do universo feminino. Toda mulher conhece algum chazinho pra descer a menstruação, toda mulher conheçe alguma outra mulher que já passou por uma situação complicada como uma gravidez indesejada.

E isso acontece? E agora? Agora a mulher carrega todo o fardo sozinha, seja qual for sua decisão. Se decide ter esse filho nesse momento, tendo ou não um pai presente, vai enfrentar muitos desafios. Vai ter que encarar o olhar de reprovação dos amigos, da família, da família do pai (caso ela se manifeste), do patrão; vai sentir seu corpo se modificando (leia-se deformando) dia após dia, vai sentir o enjoos, vai sentir o cansaço, o peso da barriga, as estrias, o peito crescendo de maneira descomunal, o medo e a dor do parto; é a mulher que vai deixar de beber e sair na noite, é a mulher que vai acordar nas madrugadas para amamentar, ela vai ficar com os peitos cheios de leito manchando as camisas! E por mais que o homem possa participar nisso tudo, a vida dele nao se tranforma tanto.

Se por outro lado, a mulher decide que esse não é o momento certo para esse filho nascer, que ela não tem estrutura psicologica, financeira, social, para ser mãe (e sim, pode ser sexualmente madura, mas nao estar pronta para ter filhos! qualquer um que argumente em contrário está sendo ridiculamente moralista!), e toma a decisão de abortar, e agora? No Brasil, o aborto é proibido, e quem comete esse delito cumpre pena, presta serviço comunitário. Se isso não for verdadeiro, por favor, me corrijam. Mas também me digam se não é um crime forçar uma mulher a modificar sua vida pelo avesso, e ter um filho que não quer.

A mulher que toma essa decisão sofre. Não é fácil. Tenho amigas que abortaram há anos, mas até hoje lembram a data exata que o fizeram. Essa mulher vai tomar todos os tipos de chás e remédios que lhe indicarem, os mais amargos possíveis, vai buscar clínicas, sabe-se lá quais e como ela vai encontar! Ela vai olhar crianças na rua durante anos, e vai lembrar do que fez, mas também vai lembrar que não podia fazer diferente na epoca.

E mais uma vez, caso o homem participe do processo, não vai passar pelo procedimento, pelo medo, pela desconfiança, pela dor, não vai sangrar, não vai ter que fazer curetagem caso algo dê errado, não vai ter que mentir, e quando passar toda a agitação, é bem capaz que comente com amigos e dê risada como quem diz "me livrei de uma!".

Não cabe a ninguém julgar. É uma decisão que cabe apenas à mulher! Apenas ela pode decidir o que vai ser  do seu corpo e da sua alma. Quem nunca passou por isso, não pode julgar o sofrimento alheio, e mesmo quem passou, não tem esse direito, cada pessoa é diferente.



"Pesquisa revela que uma em cada sete mulheres já abortou no Brasil

Agência Brasil

Uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já abortou. Cerca de 80% delas têm religião, 64% são casadas e 81% são mães. Isso é o que mostra o primeiro levantamento direto sobre o aborto no país, feito pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.
Foram entrevistadas 2.002 mulheres, das quais 15% declararam já ter abortado. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representa 5,3 milhões de mulheres.

Um dos mitos derrubados pelo estudo é o de que abortar é mais comum em classes sociais mais baixas e entre adolescentes. “Quem aborta é a mulher comum, é sua prima, namorada ou vizinha”, afirma um dos coordenadores do estudo, o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Medeiros.

O aborto ocorre em todas as classes sociais mas, na maioria das vezes, em aproximadamente 35% dos casos, a mulher recebe entre dois e cinco salários mínimos. A faixa etária em que mais abortam é entre 20 e 24 anos. Cerca de 24% das entrevistadas declararam ter feito o aborto nessa idade.

Os dados da pesquisa são inéditos porque até agora os números sobre aborto no país eram baseados em estimativas indiretas, como a procura por serviços públicos de saúde após um aborto.

Para Medeiros, o dado mais surpreendente é que 55% das mulheres são internadas logo após o aborto. “É uma taxa muito alta e isso é gravíssimo porque significa não só que elas precisaram ir a um hospital, mas que permaneceram lá com sérias complicações de saúde”, afirmou.

O pesquisador defende a descriminalização do aborto como forma de reduzir os danos à saúde da mulher. “Esses números terão impacto nas discussões sobre a legislação, afinal agora sabemos que a mulher que aborta está no nosso cotidiano. Você quer que sua conhecida que abortou seja presa?”, questiona.
Atualmente, só é permitido abortar se a gravidez oferece risco à vida da mulher ou quando é resultado de estupro. Ainda este ano, o Supremo Tribunal Federal deve decidir sobre a permissão da retirada do feto também em casos de anencefalia (má-formação que impede o desenvolvimento do cérebro).

No Congresso, deve ser votado o Estatuto do Nascituro, lei que garante proteção jurídica aos embriões, o que eliminaria a possibilidade de aborto legal em qualquer caso, inclusive o de estupro."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vulcão...

Um pequeno presente do meu amigo Belizário... satolepano de olhos doidos!!

Cheiro de flor

Por essa, nem o maior dos poetas podia imaginar!
Ou plagiar em versos,
o amor reencarnado
que não pôde esperar.

Não tarda a infinitude
daqueles que se admiram...
que reconhecem o cheiro...
que se amam...não tarda não.

Lembro-te: foi como um vulcão!
Que adormecido esperava,
em terra cinzenta,
de malogros,
de falta de sintonias...vida amarga.

Jamais terás de minha boca,
o gosto de remorso,
dos que se remoem no por que tudo se acabou...
Não sou promíscuo com o adeus.

Sou como um pássaro...asas...
Tenho quatro patas,
de arco e flecha amolada,
todo avante,
e que não sabe esperar!

No meu peito,
nos meus braços,
levo um cheiro de flor...amada! 

Belizario, outono 10.


Fica a dica: http://belizariando.blogspot.com/