sábado, 24 de outubro de 2009

Por que a gente sente saudade?
Por que gosta!
Se não gostasse, não sentia saudade?
Não, acho que não.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Como da noite pro dia


Voltei mundo! To viva! Confrontei meus fantasmas, cara a cara. Falei o que queria, e adivinha só? quado falei, saiu de mim, e agora nao dói mais nada!
Pode até ser que tenha feito alguem perder sono... bom, mas esse mereçe!
Aproveitei a brecha, e joguei os pensamentos.
Como toda virginiana que se preze, fui suscinta, discreta, moderada, e mantive a tradicional cara blasé de sempre. Leia-se fui fria e racionalista, como sempre, por isso ninguem me leva a serio: coraçao de pedra, coraçao gelado, sem coraçao, por ai vai...
Enfim, pra minha surpresa, fui bem recebida por minhas palavras, um maluco saiu de casa no meio da noite por causa delas. Sério, acabou de passar aqui!
Sabe-se lá por que cargas d'água... mas agora fiquei bem. Nao to depre, to feliz, to de volta, Cidade Baixa que me aguarde! Vai faltar cerveja por essas bandas!
Só fiquei me questionando, como pode passar assim? Não descobri nada que já nao soubesse, acho que só me dei conta do que já sabia. Não quero virar amante, nao quer ser a outra, nao quero estragar o namoro de ninguem, nao quero que a mina leve um chifre por minha causa!
Quero curtir, relaxar, sem cobranças, sem disfarces, sem "lugares que nao posso passar", sem nada disso! Quero naturalidade, que as coisas fluam, e que seja bom, enquanto estiver bom.
Afinal, a vida tem que ser leve, e já disse a Bethania "a felicidade se encontra nas horinhas de descuido". Quero estar aberta pra essas horinhas quando elas passarem. Nao quero que elas escapem pelos meus dedos, assim, sem mais nem menos. Prometo que tambem nao vou aprisiona-las.
O mundo deve ser livre, o coração, a fala, os pensamentos... por hora liberto estas palavras, mais tarde posso libertar meus sentimentos, quem sabe? O mais provavel é que eles se libertem de mim num momento de descuido.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Manifesto!

Do Centro Acadêmico de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia à comunidade acadêmica da FABICO/UFRGS

ATENÇÃO

Em uma reunião no dia 21 de SETEMBRO de 2009 – há 26 dias – com o Diretor da FABICO, Ricardo Scheinerds, a Vice-diretora da FABICO,Regina Helena Van Der Laan, um representante do DACOM e dois do CABAM foi ACORDADO, entre todas as partes, O USO DOS ESPAÇOS DA FACULDADE DURANTE A SEMANA ACADÊMICA do segundo semestre de 2009.
Contudo, descobrimos no dia 16 de outubro – ÚLTIMO DIA ÚTIL ANTES DO EVENTO – que os alunos da Comunicação marcaram suas atividades nos locais que haviam sido reservados a nós. É a segunda vez que esta atitude ANTIDEMOCRÁTICA E IRRESPONSÁVEL ocorre: na I SAIBAM, em maio deste ano, já com a programação e os locais prontos um mês antes do evento, fomos OBRIGADOS a alterar nosso planejamento uma vez que a Comunicação resolveu, pouco tempo antes, realizar sua Semana Acadêmica. Como resultado, tivemos SUPERLOTAÇÃO NA SALA 408, com 94 PESSOAS EM UMA SALA COM CAPACIDADE PARA 60.
Estes dois ocorridos demonstram A FALTA DE RESPEITO QUE AS AUTORIDADES DE DENTRO DA FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL TÊM PARA COM SEUS ALUNOS DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO. É injusto com a organização do evento, seus palestrantes e ouvintes terem sua programação alterada SEM PRÉVIO AVISO.
Cabe ressaltar que dos 11 palestrantes que foram convidados, 7 são DE FORA DA FACULDADE.
Além da programação corriqueira, abrimos espaços para a criação artística e intelectual dos discentes através de projetos como a Exposição Fotográfica,
a Oficina de Pinlux e a apresentação de trabalhos dos alunos, além de sessões de filmes temáticos.

Lamentamos com pesar o tipo de [DE]FORMAÇÃO ÉTICA QUE ESTÁ SE PRATICANDO NESTA FACULDADE -- ou seria um coleginho?

CABAM
Centro Acadêmico da Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia da UFRGS

Atividades paralelas a II SAIBAM

* II Exposição Fotográfica - Saindo do suporte : recortes de [IN]FORMAÇÃO
* Oficina de Fotografia Pinlux
* CineCABAM: Brasil, LGBTT, Musicais
* Apresentação de trabalho dos alunos
* Eleição para gestão 2009/2010 do CABAM
* IV CABAManguaça: a festa do CABAM

domingo, 18 de outubro de 2009

A Televisao


A tevê dispara imagens que reproduzem o sistema e as vozes que lhe fazem eco; e não há canto do mundo que ela não alcance. O planeta inteiro é um vasto subúrbio de Dallas. Nós comemos emoçoes importadas como se fossem salsichas em lata, enquanto os jovens filhos da televisao, treinados para contemplar a vida em vez de faze-la, sacodem os ombros.
Na América Latina, a liberdade de expressão consiste no direito ao resmungo em algum radio ou em jornais de escassa circulação. Os livros não precisam ser proibidis pela policia: os preços já os proíbem.
(GALEANO, Eduardo. O Livro dos abraços. 7. ed. Porto Alegre: L&PM, 2000. p. 152)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fechado para balanço


Sim, fechado. A intençao é essa ao menos. Depois das ultimas “paixonites”, preciso de férias. A pior foi por uma pessoa que simplesmente desapareceu de Porto sem deixar noticias, e apareceu dois meses depois, namorando (Adoro surpresas!!).
De uns tempos pra ca, minha paciencia pra conhecer pessoas novas, que nunca foi lá essas coisas, anda definitivamente nas ultimas. Tremendo mau humor na hora de dizer : “Oi, tudo bem?” “Aham, foda-se! tudo”.
Vontade absoluta de ficar em casa, mas só pra não ter que encontrar ninguem, nem sorrir pra quem não quero. Ainda quero muito samba e muita festa, só não quero que ninguem interfira ou faça parte disso. Só quero amiginhos no momento.
Me fecho com facilidade. Não sofri de amores meses a fio... algumas semanas no maximo... e tambem não chamaria de amor, paixonite ainda é a palavra mais adequada. Mas com certeza, não estou no meu melhor momento. Enxergo mil defeitos em cada pessoa, me irrito sem a menor explicaçao, quero ir embora o mais rapido possivel, mandar a merda, mesmo.
De tanto querer enxergar amor em todo canto, e não encontrar nada, agora fecho meus olhos a todo custo, e minto pra mim mesma, buscando um conforto desconfortavel e impossivel.
A cada beijo sem sentimento, cada carinho vazio, sinto meu coraçao murchando, sinto meus olhos perdendo o brilho. Já vi pessoas assim, não quero me tornar tambem. Provavelmente chacras se fechando.  Li uma reportagem sobre chacras, em que um especialista falava "Quando um desses chacras está desequilibrado, muito aberto ou fechado, a pessoa se sente incapaz de de dar e receber amor". Fato.
Me sinto incapaz, e pouco disposta a mudar.
Mas isso passa, isso tambem vai passar.



terça-feira, 6 de outubro de 2009

O mais terrível


"O mais terrível não era a menina me chamando de "tio" e pedindo um trocado, ela de pé no chão, o asfalto e eu no meu carro de bacana..O mais terrível era eu escolhendo a cara e voz para dizer que não tinha trocado, desculpe, como se a vergonha tivesse um protocolo que a absolvesse. O mais terrível foi que ela era tao pequena que a cusparada não me atingiu
Somos boas pessoas, bons cidadãos e bons pais mas somos tios relapsos. Nossos sobrinhos enchem as ruas de nossa cidade,cercam nossos carros,invadem nossas vidas e insistem que são da nossa família, e não temos nada para lhes dar ou dizer alem de esmola e desculpas.
Na família brasileira “tios” e sobrinhos tem um dialogo de ameaça e medo, revolta e remorso e poucas palavras. Nenhum consolo possível, nenhuma esperança, nenhuma explicação. O que dizer a uma sobrinha cuja cabeça mal chega à janela do carro e tenta cuspir na cara do tio? Feio. Falta de educação. Papai do céu castiga. Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame. Você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer, agora afasta que abriu o sinal. Não pergunte ao titio quem fez a escolha, é tudo muito complicado e, mesmo, você não entenderia a teoria. Vai cheirar cola, para passar Vai morrer, para esquecer. Vai crescer pra me matar na próxima esquina..
A historia, dizem, terminou, e os mocinhos ganharam. Os realistas, antiutópicos, os racionais. Ficou provado que solidariedade é antinatural e que cada um deve cuidar dos apetites dos seus. Ou seja, ninguém é “tio” de ninguém. A família humana é um mito, o sofrimento alheio é um estorvo e se miséria á sua volta te incomoda, compra uma antena parabólica. Ninguém é insensível dizem os mocinhos, mas a compaixão não funciona. Todos esses anos de convivência com a dor dos outros, que deviam ter nos educado para a compaixão, nos educaram para autodefesa, para cuspir primeiro. Os bons sentimentos faliram, dizem os mocinhos. Confiemos no futuro do mercado que não tem sentimentos, que tritura gerações entre seus dedos invisíveis, pra que se envolver? Afasta do carro que abriu o sinal.
Mas mais terrível do que tudo é eu ficar aqui, escolhendo frases para encher papel, até cuidando o estilo, já que é domingo. Como se fizesse alguma diferença. Como se isso fosse nos salvar, o tio da sua impotência e cumplicidade e a sobrinha anonima do seu destino. Desculpe."

(VERISSIMO, Luis Fernando. Traçando Porto Alegre. 5. ed. Porto Alegre: Artes e oficios, 1995. p. 87-88.)