terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Adolie Day

Ilustradora francesa, faz umas bonequinhas lindas, super delicadas. Me pareceu uma mistura de Tim Burton, com Amelie Poulain. Também faz ilustrações de livros infantis.





Pra ver mais coisas lindinhas, é só acessar o blog: http://adolieday.blogspot.com/


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os amigos invisíveis

Fabrício Carpinejar


















Os amigos não precisam estar ao lado para justificar a lealdade.
Mandar relatórios do que estão fazendo para mostrar preocupação.
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira.
Temos o costume de confundir amizade com onipresença e exigimos que as pessoas estejam sempre por perto, de plantão.
Amizade não é dependência, submissão.
Não se têm amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra.
É independência, é respeito, é pedir uma opinião que não seja igual, uma experiência diferente.
Se o amigo desaparece por semanas, imediatamente se conclui que ele ficou chateado por alguma coisa.
Diante de ausências mais longas e severas, cobramos telefonemas e visitas.
E já se está falando mal dele por falta de notícias.
Logo dele que nunca fez nada de errado!
O que é mais importante: a proximidade física ou afetiva?
A proximidade física nem sempre é afetiva.
Amigo pode ser um álibi ou cúmplice ou um bajulador ou um oportunista, ambicionando interesses que não o da simples troca e convívio.
Amigo mesmo demora a ser descoberto.
É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade.
Amigo mesmo modifica a nossa história, chega a nos combater pela verdade e discernimento, supera condicionamentos e conluios.
São capazes de brigar com a gente pelo nosso bem-estar.
Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade.
Aqueles que não estão perto podem estar dentro.
Tenho amigos que nunca mais vi, que nunca mais recebi novidades e os valorizo com o frescor de um encontro recente.
Não vou mentir a eles: vamos nos ligar? num esbarrão de rua.
Muito menos dar desculpas esfarrapadas ao distanciamento.
Eles me ajudaram e não necessitam atualizar o cadastro para que sejam lembrados.
Ou passar em casa todo o final de semana e me convidar para ser padrinho de casamento, dos filhos, dos netos, dos bisnetos.
Caso encontrá-los, haverá a empatia da primeira vez, a empatia da última vez, a empatia incessante de identificação.
Amigos me salvaram da fossa, amigos me salvaram das drogas, amigos me salvaram da inveja, amigos me salvaram da precipitação, amigos me salvaram das brigas, amigos me salvaram de mim.
Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação.
Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos?
Amigo é o que fica depois da ressaca.
É glicose no sangue.
A serenidade.




sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Testes em animais



Mudando um pouco o foco, de dramalhões pessoais, para coisas realmente importantes, comecei faz algum tempo a me preocupar com a origem daquilo que consumo.                                                     Voltei a ser vegetariana faz alguns meses, e to achando ótimo. Não precisei ver vídeos com cenas de matadouros e tal, pra ter convicção disso, basta ler um pouco mais a respeito. Tem zilhares de sites na internet que mostram porque cada vez mais pessoas deixam de comer carne. Cada um que procure por si, não vou dar uma de "eco mala" e ficar pregando pra todo mundo.
Simplesmente, acho que não tem porque um bicho morrer, pra eu me alimentar, ainda mais com todas as opções que existem por ai.
Mas enfim, além de tirar a carne do cardápio, tento só comprar frutas e verduras na Feira Orgânica da Redenção. Na medida do possível, claro, nem sempre dá pra radicalizar. Alguém já parou pra ler sobre o perigo dos agrotóxicos? Sabia que o Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxico na lavoura? Sabia que um brasileiro consome em média, 5l de agrotóxico por ano? Também tem milhares de sites denunciando isso, procura quem quer.
E agora, recentemente, comecei a ler sobre os Testes em Animais. Acontece que várias empresas realizam testes de sensibilidade, de toxidade, de colisão e outros milhares. Mas não precisam, não pra da comparar o efeito de um remédio em um coelho, e em um ser humano, oi? Ou alguém vai no veterinário quando precisa de uma receita? Nesses experimentos usam coelhos, macacos, cachorros, gatos, ratos e até animais maiores como vacas. Se tem tanta gente que se preocupa com animais abandonados, porque esse assunto é tão ignorado?
Encontrei essa lista nesse site. Achei muito útil, porque fica fácil de memorizar.
Fica a dica! ;)



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Poema XIV

Juegas todos los días con la luz del universo. 
Sutil visitadora, llegas en la flor y en el agua. 
Eres más que esta blanca cabecita que aprieto 
como un racimo entre mis manos cada día. 

A nadie te pareces desde que yo te amo. 
Déjame tenderte entre guirnaldas amarillas. 
Quién escribe tu nombre con letras de humo entre las estrellas del sur? 
Ah déjame recordarte cómo eras entonces, cuando aún no existías.

De pronto el viento aúlla y golpea mi ventana cerrada.
El cielo es una red cuajada de peces sombríos. 
Aquí vienen a dar todos los vientos, todos. 
Se desviste la lluvia. 

Pasan huyendo los pájaros. 
El viento. El viento. 
Yo sólo puedo luchar contra la fuerza de los hombres. 
El temporal arremolina hojas oscuras 
y suelta todas las barcas que anoche amarraron al cielo. 

Tú estás aquí. Ah tú no huyes. 
Tú me responderás hasta el último grito. 
Ovíllate a mi lado como si tuvieras miedo. 
Sin embargo alguna vez corrió una sombra extraña por tus ojos. 

Ahora, ahora también, pequeña, me traes madreselvas,
y tienes hasta los senos perfumados. 
Mientras el viento triste galopa matando mariposas 
yo te amo, y mi alegría muerde tu boca de ciruela.

Cuanto te habrá dolido acostumbrarte a mí, 
a mi alma sola y salvaje, a mi nombre que todos ahuyentan. 
Hemos visto arder tantas veces el lucero besándonos los ojos 
y sobre nuestras cabezas destorcerse los crepúsculos en abanicos girantes. 

Mis palabras llovieron sobre ti acariciándote.
Amé desde hace tiempo tu cuerpo de nácar soleado. 
Hasta te creo dueña del universo. 
Te traeré de las montañas flores alegres, copihues, 
avellanas oscuras, y cestas silvestres de besos.


Quiero hacer contigo 
lo que la primavera hace con los cerezos. 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mais detalhes

Ando tão cansada de relevar, desculpar, deixar pra lá, não me importar com detalhes... na verdade ando muito de saco cheio de engolir "sapinhos" pela vida. Não quero ser racional, quero gritar, espernear, dizer que tô sim, puta da cara! E foda-se se tu não vai gostar de ouvir! E na hora não pensar que quando esfriar a cabeça, tudo vai ter outra conotação. 
Queria conseguir dizer o que eu tenho vontade, na hora errada, por que na hora certa, já não tem o mesmo desabafo, fica mais como um conselho.
Odeio ser negligenciada. Odeio que me ignorem.
Odeio ficar esperando.
Odeio ser esquecida.
Odeio mais ainda ter me importado tanto com isso.
Nessas horas eu sinto inveja daquelas pessoas que falam o que pensam, sem pudores, sem vergonha e sem a menor preocupação. Maldita mania de ser educadinha, o máximo que consigo é uma ironia boba. E alguém não me levando a sério.
E nem é tpm...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sushi vegetariano

Fica a dica!
Sushi totalmente vegetariano.
Apenas para telentrega programada.
Baratinho, 15 pilas, mais taxa de entrega.
E muito gostoso, a combinação de temperos e variedade de legumes, torna o salmão e o kani desnecessários.


Esses são os meus preferidos:


Nigiris de shitake, tomate seco com rúcula, e manga com rúcula!







Sushis de PVT ao molho teriyaki

      Gunka-Maki de Quinoa real, meu preferido na vida! Além do Pasta de cogumelo com alho poró e broto de trevo, envolto por uma fina fatia de cenoura

Se alguém ficou curioso, pode pedir pelo blog: http://pranasushi.blogspot.com/

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sabe?

Sabe aquela sensação estranha que as coisas mudaram, e tu não se deu conta? E de repente, se sente a última habitante perdida de Wonderland? E aquelas pessoas que tu confiaria a tua vida, agora não confia nem o relato do final de semana?
Estranhos novos tempos...





sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sári

"Até os sáris que usava revelavam essa característica. Sáris de algodão, engomados, exigindo muito planejamento e reflexão prévia. Nada de gazes diáfanas ou sedas sintéticas. Isso é para gente que muda de idéia umas seis vezes pela manhã, antes de decidir o que vestir. Isso é para gente fútil e volúvel. Sáris engomados pedem cabeças ordenadas, e Akhila se orgulhava de ser uma pessoa organizada."


Anita Nair in "Cabine para Mulheres"



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Falso brilhante


Há o condicionamento de que amor mesmo, de verdade, é gastar metade do salário para a esquadrilha da fumaça assinar o nome da namorada pelos céus de Porto Alegre.

Temos uma noção de que amor mesmo, de verdade, é exibicionista. Depende de surpresas públicas de afeto como serenata na janela, carro de som, anúncios na TV, outdoors com pedido de casamento.

Mulheres e homens se desesperam por um amor público, encantado, de estádio cheio, e cobram provas mirabolantes de seus parceiros. Reclamam da rotina, da previsibilidade, e exigem declarações barulhentas para despertar a inveja do próximo.

O amor espalhafatoso recebe a fama, mas o amor contido é o mais profundo.

Ao procurar o amor empresarial, desprezamos o amor funcionário público, que atende às ligações e escreve nossos memorandos.

Ao perseguir o amor de cinema, desdenhamos o amor de teatro, de quem encena a peça todo dia ao nosso lado, sempre com uma interpretação nova a partir das falas iguais.

Ao cobiçar o amor sensual de lareira e restaurante, apagamos a delícia de comer direto nas panelas, sem pratos, sem medo do garçom.

Ao perseguir a aventura, negamos a permanência.

Preocupados em ser reconhecidos mais do que amar, esquecemos a verdade pessoal e despojada do nosso relacionamento. Recusamos o amor constante, o amor cúmplice.

Não valorizamos a passionalidade silenciosa, a passionalidade humilde, a passionalidade generosa, a passionalidade tímida, a passionalidade artesanal.

O passional pode ser discreto na aparência e prático na ternura.

O amor mais contundente é o que não precisa ser visto para existir. E continuará sendo feito apesar de não ser reparado.

O amor real é secreto. É conservar um pouco de amor platônico dentro do amor correspondido. É reservar as gavetas do armário mais acessíveis para as roupas dela, é deixar que sua mulher tome a última fatia da pizza que você mais gosta, é separar as roupas de noite para não acordá-la de manhã. E nunca falar que isso aconteceu. E não jogar na cara qualquer ação. E não se vangloriar das próprias delicadezas.

Buscá-la no trabalho é o equivalente a oferecer um par de brilhantes. Esperá-la com comida pronta é o equivalente a acolhê-la com um buquê de rosas vermelhas.

São demonstrações sutis, que não dá para contar para os outros, mas que contam muito na hora de acordar para enfrentar a vida.



Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, p. 2, 04/10/2011
Porto Alegre (RS), Edição N° 16846

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Cartas para Ninguém – X



by poetriz

M.
Hoje tive vontade de ligar pra você. Não liguei, você sabe.
Uma afirmação de um amigo ficou martelando na minha cabeça o dia todo: a gente sempre quer mais.
Hoje eu queria esse "mais".
Queria mais reconhecimento, mais respeito no trabalho.
Queria mais sossego e mais lugar na condução pública.
Queria mais saldo na minha conta bancária no fim do mês.
Queria mais sobremesa.
Queria mais fé, mais milagres.
Queria mais filmes divertidos ou românticos pra assistir a noite.
Queria mais passeios de mãos dadas, com você.
E mais nada.
F.
poetriz | out

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dia Mundial do Vegetarianismo

Foi no dia 1º, mas eu só fiquei sabendo agora. Azar. Ainda vale a divulgação pela segunda sem carne!
Fica a dica!


Estabelecido em 1977 pela Sociedade Vegetariana Norte Americana, é um dia para se celebrar e refletir sobre o impacto que a nossa alimentação tem no meio ambiente e na sociedade e informar sobre as vantagens de uma alimentação vegetariana.
(...)
O fato é que o consumo de carne animal, requer quantidades imensas de solo, combustível, energia e principalmente, água. Para se produzir um quilo de carne de boi são necessários nada menos que 15.000 litros de água, enquanto um quilo de trigo requer 1000 litros. Como se não bastasse, os gases emitidos pela digestão dos bois contabilizam 18% dos gases que causam o efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.
Ainda que você não seja vegetariano, celebre esse dia com seus amigos, vegetarianos ou não, evitando o consumo de derivados animais.
Se você é daqueles que não resiste a uma picanha, considere então uma redução em sua ingestão de carne. Eleja um dia da semana para ser o seu “dia vegetariano”. 

(...)
Tem dúvidas sobre os benefícios os benefícios de uma dieta sem carne para a sua saúde? Segundo a American Dietetic Association, "... dietas vegetarianas bem preparadas são saudáveis, nutricionalmente adequadas, e proporcionam benefícios de saúde na prevenção e tratamento de diversas doenças."
Por fim, mas não menos importante, vem a questão do respeito aos animais. Porcos, vacas, galinhas, perus, peixes, coelhos, cabritos..., destinados majoritariamente ao abate, são animais sensíveis e inteligentes. Estudos científicos recentes comprovam: eles experimentam emoções como o medo e a angústia e sentem dor exatamente como nós, seres humanos. Ainda assim, todos os anos, a indústria da carne submete bilhões de animais a maus tratos, confinamento, manejo brutal e morte cruel. Será que isso está certo?




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Antíteses


Estas duas imagens superpostas diziam-lhe que sua amiga podia ter tudo dentro de si, que sua alma era terrivelmente amorfa, que a fidelidade podia existir nela tanto como a infidelidade, a traição como a inocência, a sedução como o pudor; essa mistura selvagem lhe parecia tão repugnante quanto a mistura de um depósito de lixo. As duas imagens superpostas apareciam sempre transparentes, uma embaixo da outra, e o rapaz compreendia que a diferença entre sua amiga e as outras mulheres era uma diferença muito superficial, que no mais profundo do seu ser sua amiga era semelhante às outras mulheres, com todos os pensamentos, todos os sentimentos, todos os vícios possíveis, o que justificava suas dúvidas e seus ciúmes secretos; que a impressão de contornos delimitando a sua personalidade não era senão uma ilusão a que o outro sucumbia, aquele que a olhava, isto é, ele mesmo. Ele pensava que essa moça, tal como a amava, não era senão um produto de seu desejo, de seu pensamento abstrato, de sua confiança, e que sua amiga, tal como era realmente, era essa mulher que estava ali, desesperadamente outra, desesperadamente estranha, desesperadamente polimorfa. Ele a detestava.


Milan Kundera in "Risíveis Amores"

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Melancolia

Tirou o telefone da tomada, queria reabituar-se à sua casa com calma. Havia muita correspondência, mas ele não abriu nenhuma carta nem olhou nenhum cartão. Comeu e deitou-se.
Antes de adormecer, fez-se uma pergunta: se os médicos tinham garantido que ele estava absolutamente recuperado, por que sentia um nó de melancolia na garganta?


Andrea Camilleri in "O Cão de Terracota"

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Racionalmente

Era bobagem enfrentar racionalmente a sólida barreira do irracional de que é constituída, como se diz, a alma feminina. Desde o começo nossa discussão se realizava sob maus auspícios.


Milan Kundera in "Risíveis Amores"

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Keep Calm

"Keep Calm and Carry On foi um pôster motivacional produzido pelo governo britânico em 1939, início da II Guerra Mundial, para ser usado somente se o nazismo conseguisse invadir a Grã-Bretanha. O cartaz foi distribuído apenas em número limitado. Em 2000, uma cópia deste pôster foi redescoberta na Barter Books, um sebo na cidade de Alnwick, na Inglaterra. A criação agora está agora em domínio público, e pode ser vista na decoração em casas. O criador do cartaz não é conhecido."











E mais bilhares de imagens! Mas na verdade pensei nesse poster pra ser usado em bibliotecas!






E para o que mais a criatividade permitir, encontrei um site que faz os "Keep calm and".

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Felicidade

Como se alguém pudesse regressar ao lugar onde foi infeliz. Não se é duas vezes infeliz da mesma maneira, e ninguém é feliz de maneira nenhuma. Inventamos aquilo de que nos queremos lembrar, isso sim.


Inês Pedrosa in "Eternidade e o desejo"


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Momento romance


Do nada essa música surge na play llist, e me traz memórias. Milhares delas. E todas lindas por sinal. Que bom que minha capacidade de abstração se juntou a minha memória pouco confiável, e fez todas as lembranças negativas sumirem.
E como hoje eu to meio sentimental mesmo, resolvi gastar ela um pouco.
Romance
Nei Lisboa
Todas as bobagens que eu já disse
Dariam pra encher um caminhão
Mesmo assim encontro no caminho
Milhares mais otários do que eu
Por isso meu amor
Não leve tão a sério
Nem o que eu digo nem o que eu deixo de esconder
Não vai ter graça o dia
Em que bater na porta
E você não abrir pra responder
Todas as pessoas que eu conheço
Cabem bem juntinhas na palma da mão
Pra você guardei um universo
Quando falta espaço eu faço verso e durmo na canção
Por isso meu amor não pense que é brinquedo
Eu tenho medo e morro de paixão
Não vai ter graça o dia
Em que eu abrir a porta
E a tua mão vazia disser não
Por isso meu amor
Não leve tão a sério
Se eu morro de medo
Brinco de paixão
Não vai ter graça o dia
Em que eu te ver na porta
E não souber se entro
Ou faço uma canção...
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É Punk!

Não concordo integralmente com o texto, mas gostei muito do ponto de vista. Também não estou apaixonada, nem amando enlouquecidamente. Mas concordo com a autora, não quero paixonites, não quero altas emoções, nunca tive paciência para jogos, esperar um telefonema, medir as palavras.
Eu quero a sorte de um amor tranquilo, quero ver filmes bobos na televisão, deitar no sol pra tomar um chimarrão, tomar um vinho em casa... 
Pode ser que essa vontade seja muito mais uma adaptação à falta de vontade de sair na noite, meus bares do coração estão fechando, pouco a pouco. Ou então não são mais os mesmos, mudaram de público, de lugar, de preços. Mudaram eles, ou mudei eu?
Seja como for, vale a pena gastar uns minutinhos lendo o texto.
Deixe de lado meus devaneios confusos.


                                                                                                                                                       


AMAR É PUNK


Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star.
Uma coisa meio Dave Grohl.
Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock'n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em "amor da vida", um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).
Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro "Oi", te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez. 
Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. Da paixão, não. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. Eu quero alguém que divida o chão comigo.  Quero alguém que me traga fôlego. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.
Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, caramba! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.
Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é reconstrução. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.
Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: "eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida"
Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!
Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK.


Copiado descaradamente de fernandacmello.blogspot.com/

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Desire

A próxima página é um grito
Mas não me há-susto
Pois eu marco e me repito
Pois posso, como célula de céu
que escolhe ser de um azul
que sente teus olhos
demarcados com um barbante
que se desprende de um casaco qualquer
dentro de um armário infinito
e flores mesmo que cresçam no teu teto
sou eu, em pé, partir
Pois quase sempre do seio
Corre o torpor de ser
Senta, desperta aqui, mesmo que tenhas
que fechar-bem-os olhos
a mesa despeja-se ao fim
com letras que só eu quero ler
pois tem de ser assim
Eu tenho duas mãos
nas quais se pintam como quiser
pois carrego sempre nelas
meu-eu-lírico-meu-eu-coração
mesmo que eu escolhesse
assim se parta
agora junta, e me de um terço de tempo
pois é o suficiente a ser eterno





Fonte: http://kolagens.wordpress.com/

domingo, 28 de agosto de 2011

Sobre laranjas...


''Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. Quando você encontrar a pessoa que REALMENTE merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros.'' 

Rubem Alves

Festinha...