sexta-feira, 31 de agosto de 2012

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Mais um post sobre aniversários. Mais uma vez chegou setembro, me deixando mais próxima da idade de Balzac. Nunca fui mega pilhada com aniversários, mas esse em especial... estou cagando mais ainda! Posso não ter vontade de ir na minha própria festa? Tem problema se eu quiser ficar em casa, deitadinha, sem fazer nada, de olhos fechados? De preferência com uma chuva na rua.
A verdade é que nos ultimos dias, não sinto vontade de muita coisa. Faço tudo no automático: acordar, sair, pegar o trem, bater ponto, ligar o pc, fazer empréstimos, olhar emails, almoçar, o mesmo de tarde, voltar pra casa, etc. Na volta, quase não me importo com o trem abarrotado de gente, não falo, não olho, não me importo. Tem horas que me dá um dor no peito, uma vontade de chorar que bate do nada. Sem motivo aparente, sem nada acontecer. Só me dá vontade de chorar. Isso me faz pensar que estou com problemas. Bom, estou sim. E o próximo que me disser pra ter calma vai levar uma voadora na cara!
Devo andar com uma cara péssima. Até a diretora do colégio perguntou se estava tudo bem, mas daquele jeito dela, correndo, com pressa, dando 30 segundos de atenção pra cada pessoa porque o dia dela é tão cheio que não permite mais do que isso. Outro me deu um chocolate pra ver se eu me animava. Outra veio perguntar da minha família. Enfim, estou chamando atenção, quando tudo que eu quero é sumir do mapa.
Amanhã é minha festa de aniversário. Não quero ir.
Não quero ver o meu namorado, não quero falar com ninguém, não estou a fim de conversa fiada com ninguém sobre nada. Só quero dormir, a semana inteira.
Meus presentes estão aqui na sala, do meu lado. Não estou com vontade de abrir.
Ah, Balzac, me ajuda! Ta ficando bem difícil.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Hoje em dia estou convencido de que um ser humano deveria sempre preservar sua mente serena e em paz, nunca permitindo que uma paixão ou um desejo passageiro perturbe sua tranquilidade. Se algo que você faz, mesmo sendo um estudo, enfraquece seus afetos e destrói seu gosto pelos prazeres simples onde nada de mal pode haver, então essa sua atividade não é boa, não convém à mente humana.

Mary Shelley in Frankenstein.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mais uma primavera

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas…

Quando se vê, já é 6ª-feira…

Quando se vê, passaram 60 anos…


Agora, é tarde demais para ser reprovado…


E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,


eu nem olhava o relógio.


seguia sempre, sempre em frente…


E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.



Mário Quintana



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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Uma pitada de leveza


A leveza é uma coisa tão difícil de descrever. Ao menos pra mim. Não é algo que a gente possa ver, pegar. Não é bem um sentimento. Não é algo que se deseje possuir. Mas é, sem dúvidas, uma coisa que a gente precisa ter na vida.
Colocar uma pitada de leveza no nosso dia faz com que a gente se sinta melhor. Seja parando um pouco pra respirar. Seja trocando uma palavra de carinho. Um beijo. Um abraço. Seja, simplesmente, olhando lá fora. Não existe uma fórmula para leveza. Pode estar na vista da sua janela, no seu café da manhã ou num momento de inspiração no meio da tarde.
É algo que a gente precisa quando sentimos aquele peso da vida, sabe? Aquele momento de estresse, aquele cansaço físico, aquela rotina, aquele sapato apertado. A gente sabe que está precisando de um momento de leveza quando até nos nossos pensamentos a gente consegue sentir o peso das coisas. E, as vezes, como pesa…
Se eu pudesse, eu encheria potes com doses diárias de leveza e distribuiria por aí. No trânsito, nas filas de banco, nas brigas de casais, nas salas de espera dos hospitais, nas reuniões de trabalho, nos telefonemas de cobrança, nos e-mails. Se eu pudesse, seria eu a própria leveza. Para visitar diariamente todos que carregam um peso maior do que podem aguentar. Se eu pudesse, tiraria a mão da frente dos olhos de todo mundo, porque as vezes a leveza está bem na nossa frente mas o peso do dia não nos deixa enxergar.
As vezes, você fica mais leve só de parar para escrever. Só de parar para ler. Para ouvir. Para comer. Para ver. Para amar.
Quando você deixa o pensamento sair vagando por aí. E muitas vezes tem a grata surpresa de encontrar alguma coisa linda. Ou alguém. E preencher um espaço que, mesmo com todo peso do mundo, continuava vazio. Um espaço que só pode ser preenchido por ela, a leveza da vida.
Então, se hoje eu pudesse dar um presente, seria uma pitada de leveza para cada um colocar no seu dia.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lê pra mim!

História real, aconteceu com meu colega de município.
Ainda existe esperança no mundo.

Diálogo com um aluno do 4º ano. 
- Iai "Sôr"!
- Iaí carinha!
- É hoje que a gente pega o livro?
- É hoje, trouxe o outro?
- Trouxe sim "sôr", bem legal o livro, li naquele dia mesmo.
- Legal tchê, tem que ler bastante mesmo. E tu entendeu a história?

- Entendi sim. É de um rato que mora no interior e vai visitar um amigo rato que mora na cidade. Ele gostou na cidade por que tinha muitas coisas pra fazer mas ele achou muito perigoso e quis voltar logo pro interior, por que é mais calmo.

- Já li esse livro, é bem legal mesmo.
- Li para minha mãe também.
- Hahaha! Ela te cobra pra ver se realmente tu ta lendo os livros é?
- Não, é que ela não sabe ler e fica bem feliz quando conto as histórinhas dos livros pra ela.

Sem mais!