Todo homem, em algum momento da sua vida, já fez uma mulher chorar.
Na maioria das vezes, porque tem medo de agir como homens de verdade, e não como uma criança que faz arte escondido.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
Bibliotecário escolar
A quantidade de informação que é produzida e veiculada hoje em dia, faz que nos tornemos protagonistas de um momento único da história. Nunca se teve acesso a tantas informações, em tão variados formatos, e sobre tão diversos assuntos. Apenas para ilustrar, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, no ano de 2009 intitulada “How Much Information?” concluiu que um norte americano consome por dia o equivalente a 34 GB de informação, entre filmes, internet, televisão, telefone, etc. Nesse contexto, é muito mais útil a qualquer pesquisador não memorizar dados, mas saber onde buscá-los, inclusive para o estudante pesquisador.
A tarefa de pesquisa escolar tem objetivos muito claros:
A pesquisa escolar deve ser uma atividade em que os alunos tenham oportunidade de estudo independente, de planejamento de trabalho, de uso de fontes de informação, de desenvolver o pensamento crítico, de adquirir autonomia no processo de conhecimento, de aprender a trabalhar com seus colegas colaborando e contribuindo com o grupo, de sugerir, construir, elaborar, concluir, sentindo-se satisfeito com os resultados atingidos. (MORO, ESTABEL, 2004, p. 3)
Sabemos, no entanto, que nem sempre se consegue atingir estes objetivos. Muitas vezes as pesquisas escolares transformam-se numa atividade de cópia e cola, que em nada colaboram para a construção intelectual do aluno.
A função primordial do bibliotecário é fornecer acesso à informação, e justamente neste aspecto que se torna tao fundamental na atividade de pesquisa para os alunos e usuários da biblioteca escolar. O ideial seria que o bibliotecário e o professor atuassem juntos, afinal, ambos são educadores. Deveria haver envolvimento e sincronicidade entre o trabalho desenvolvido pelos dois profissionais. O professor deveria consultar o bibliotecário antes de mandar os alunos realizarem uma pesquisa, não como uma forma de subordinação, mas para verificar se a biblioteca pode atender essa demanda, que materiais o bibliotecário poderia sugerir, que outras fontes poderiam buscar. Se o profissional da informação fizer parte do processo de elaboração da proposta pelo professor, vai poder contribuir mais efetivamente na busca dos alunos, no desenvolvimento das respostas, e na forma de apresentação dos resultados.
O bibliotecário vai mostrar aos alunos onde buscar informação, pode sugerir bases de dados, sites, fontes de informação, dependendo do grau de exigência da pesquisa. Mais importante que isso, vai mostrar aos estudantes como apresentar os resultados, não apenas copiar o texto, mas compreender a informação em seu contexto global.
Existem inúmeras possibilidades. O mais importante, é que para garantir que isso aconteça, o bibliotecário e a biblioteca devem ser um organismo vivo dentro da escola, devem aparecer, devem participar das atividades, devem estar integrados aos alunos e professores. Só desta forma, alguma mudança será visivel.
GHEDIN, Rodrigo. Adivinha quanta informação os americanos consomem por dia? Meio Bit. Disponível em: < http://meiobit.com/38066/adivinha-quanta-informa-o-os-americanos-consomem-por-dia/.>. Acesso em 12 out. 2010.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
No centro
Nas caixas de papelão que servem de vitrine, os ambulantes vendem e anunciam dois filmes nacionais que mais estão fazendo sucesso no momento: Tropa de Elite 2 e Nosso Lar. Com certeza isso quer dizer alguma coisa...
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Mulheres I
Ontem, ao meio dia fui votar.
Em dia de eleição, ainda mais com esse feriado prolongado, Porto Alegre fica vazia, tão vazia que chega a ser estranho, parece uma cidade do interior, ou o fim dos tempos. Mas voto num colégio perto de casa, entre sair, votar e voltar não se passaram nem 10 minutos.
Nesse intervalo de tempo, um babaca atravessou a rua, e passou a mão na minha bunda. Com toda a liberdade que o machismo cretino dele o fazia crer que tivesse. Simplesmente assim.
No mesmo dia, as 19 horas, o Brasil comemorava sua primeira presidente mulher. A 11º da América Latina, como escutei por ai.
Nesse mesmo país, uma mulher é estuprada a cada 12 segundos. Isso quer dizer, que entre o babaca que passou a mão em mim, e a confirmação de eleição da Dilma, mais de duas mil mulheres foram estupradas.
Só eu acho isso uma grande palhaçada?
Comemorar e divulgar a eleição de uma mulher, só confirma o nosso machismo. Não foi uma mulher, foi uma pessoa preparada e qualificada, que batalhou muito, que teve assessoria durante vários meses, que participou de debates, que militou, que estudou, que viajou o Brasil inteiro. Assim como qualquer outro candidato faria. Agora celebra-se estardalhosamente porque essa pessoa era uma mulher. E dai? Alguém duvidava que uma mulher poderia fazer isso?
Não. A verdadeira comemoração foi porque isso realmente representa um avanço. Mulheres são tão qualificadas, ou mais do que homens. Não existe profissão que uma mulher não desempenhe melhor do que um homem. Nem construção civil! Mas sempre vai existir algum machista idiota pra dizer que "dirige como uma mulher", ou "chora como uma mulher".
Cuidado Dilma.
Cuidado nós, mulheres, pois não adianta só mostrar competência e qualificação. É preciso mostrar excelência. Não temos o direito de errar. Isso é um privilégio masculino. Ao primeiro escorregão da nova presidente, tenho certeza que vou ouvir na rua "mulher dá nisso!" E obviamente, as glórias que virão com o governo serão fruto da sua capacidade como ser humano, ninguém vai reconhecer que um homem não faria da mesma forma.
Machismo? Feminismo? Não. Existem diferenças.
Já reparou como o pai e a mãe assumem papéis diferentes? Como uma chefia masculina ou feminina é diferente? Grupos de amigos homens ou mulheres são diferentes. Existe diferença. Claro que sim. Negar isso seria ridículo.
É preciso que as pessoas entendam que não se deve negar as diferenças e particularidades, e sim respeitá-las.
As ditas diferenças de gênero, são formadas e consolidadas na criação dos filhos. Quando os pais incentivam gurias a cuidarem da casa, a brincarem de boneca, quando contam historinhas de princesas delicadas e frageizinhas que esperam infinitamente o resgate do príncipe.
Me pergunto com que os guris aprendem a desrespeitar o corpo alheio. Não me digam que as mulheres se desvalorizam. Se um babaca sair sem camisa na rua ninguém vai passar a mão nele. Isso é ensinado geração após geração. Não me digam que mulheres se desvalorizam. Eu tenho todo o direito do mundo, de usar uma camiseta curta no verão de um país ocidental, de sair de vestido, de usar o que quiser, sem que ninguém encoste em mim. Ou grite, assobie, babe, bata palmas, xingue, nem nada disso.
Mas não vivemos numa sociedade ideal.
Mas comemoramos uma mulher com o mais alto cargo público que se pode ter.
Existe a promessa de não mexer com a legislação sobre o aborto, aliás, uma lei machista, como várias outras!
Mas assim mesmo, é um passo. Não é a vitória. Estamos longe dela.
Parabéns Dilma.
Muito trabalho pela frente.
Muita luta, pra todas nós.
Em dia de eleição, ainda mais com esse feriado prolongado, Porto Alegre fica vazia, tão vazia que chega a ser estranho, parece uma cidade do interior, ou o fim dos tempos. Mas voto num colégio perto de casa, entre sair, votar e voltar não se passaram nem 10 minutos.
Nesse intervalo de tempo, um babaca atravessou a rua, e passou a mão na minha bunda. Com toda a liberdade que o machismo cretino dele o fazia crer que tivesse. Simplesmente assim.
No mesmo dia, as 19 horas, o Brasil comemorava sua primeira presidente mulher. A 11º da América Latina, como escutei por ai.
Nesse mesmo país, uma mulher é estuprada a cada 12 segundos. Isso quer dizer, que entre o babaca que passou a mão em mim, e a confirmação de eleição da Dilma, mais de duas mil mulheres foram estupradas.
Só eu acho isso uma grande palhaçada?
Comemorar e divulgar a eleição de uma mulher, só confirma o nosso machismo. Não foi uma mulher, foi uma pessoa preparada e qualificada, que batalhou muito, que teve assessoria durante vários meses, que participou de debates, que militou, que estudou, que viajou o Brasil inteiro. Assim como qualquer outro candidato faria. Agora celebra-se estardalhosamente porque essa pessoa era uma mulher. E dai? Alguém duvidava que uma mulher poderia fazer isso?
Não. A verdadeira comemoração foi porque isso realmente representa um avanço. Mulheres são tão qualificadas, ou mais do que homens. Não existe profissão que uma mulher não desempenhe melhor do que um homem. Nem construção civil! Mas sempre vai existir algum machista idiota pra dizer que "dirige como uma mulher", ou "chora como uma mulher".
Cuidado Dilma.
Cuidado nós, mulheres, pois não adianta só mostrar competência e qualificação. É preciso mostrar excelência. Não temos o direito de errar. Isso é um privilégio masculino. Ao primeiro escorregão da nova presidente, tenho certeza que vou ouvir na rua "mulher dá nisso!" E obviamente, as glórias que virão com o governo serão fruto da sua capacidade como ser humano, ninguém vai reconhecer que um homem não faria da mesma forma.
Machismo? Feminismo? Não. Existem diferenças.
Já reparou como o pai e a mãe assumem papéis diferentes? Como uma chefia masculina ou feminina é diferente? Grupos de amigos homens ou mulheres são diferentes. Existe diferença. Claro que sim. Negar isso seria ridículo.
É preciso que as pessoas entendam que não se deve negar as diferenças e particularidades, e sim respeitá-las.
As ditas diferenças de gênero, são formadas e consolidadas na criação dos filhos. Quando os pais incentivam gurias a cuidarem da casa, a brincarem de boneca, quando contam historinhas de princesas delicadas e frageizinhas que esperam infinitamente o resgate do príncipe.
Me pergunto com que os guris aprendem a desrespeitar o corpo alheio. Não me digam que as mulheres se desvalorizam. Se um babaca sair sem camisa na rua ninguém vai passar a mão nele. Isso é ensinado geração após geração. Não me digam que mulheres se desvalorizam. Eu tenho todo o direito do mundo, de usar uma camiseta curta no verão de um país ocidental, de sair de vestido, de usar o que quiser, sem que ninguém encoste em mim. Ou grite, assobie, babe, bata palmas, xingue, nem nada disso.
Mas não vivemos numa sociedade ideal.
Mas comemoramos uma mulher com o mais alto cargo público que se pode ter.
Existe a promessa de não mexer com a legislação sobre o aborto, aliás, uma lei machista, como várias outras!
Mas assim mesmo, é um passo. Não é a vitória. Estamos longe dela.
Parabéns Dilma.
Muito trabalho pela frente.
Muita luta, pra todas nós.
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