quarta-feira, 26 de maio de 2010

Anjos




Ontem à noite, encontrei dois anjos. Não no sentido religioso da coisa, nao anjos com asas e roupas brancas, e tocando harpas. Aliás, ambos tocam, mas tambores e flautas. Tocam uma música cheia de ritmo, falam de amor e de saudade, e sentem esse amor com tanta intensidade, que te fazem sentir pequeno por nunca ter conseguido amar assim. Mas eles nao te condenam, ainda assim, eles te amam, e te tratam bem, e te acolhem e abraçam, e te beijam, e dizem que gostam muito de ti. Que loucura perceber que esse corpo e alma cheio de desvirtudes, pode alegrar aos anjos...

Ontem, quando percebi que eram anjos, era madrugada, e eu já estava naquele estado de consciência que alterna entre o plano físico e o etéreo (o que na verdade é uma maneira muito mais bonita de chamar meu estado de bebedeira), mas pude ver com muita clareza.
Um deles, a mais delicada, tem o corpo magro, e os olhos agitados, esses olhos se impresionam com o mundo, e tem tanto amor, mas tanto amor, que parece até que esse mesmo amor que a alimenta, a faz sofrer. Esse anjo ri, bebe, recita poesias, sonha, se apaixona, e faz todos ao seu redor se apaixonarem também. Esse anjo cativou todas as crianças ao redor, é livre, absolutamente livre, e por isso os homens tambem se apaixonam por seu corpo miúdo, que contrasta com sua alma imensa.
O outro anjo, (se é que anjos tem sexo) era um homem. Ele também era lindo, tinha até os cabelos cacheados. Ele toca, e dança, e brilha, e fez com que eu me apaixonasse. Seus olhos sao vivos, sua emoçao, sua empolgação, sua vontade de mudar o mundo contagia quem se aproxima. E quando ele pronuncia  seus sábios conselhos de ancião o mundo pára.
Tem tanto que deixei de falar, da coragem, da poesia, da magia da companhia deles, da energia leve que os acompanha...
Exagerei? Foi assim que os vi ontem. Lindos e livres, com Neruda, cerveja e lua cheia.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MELHOR DO QUE CONCHINHA

Não será dormindo de conchinha que revelamos amor na primeira noite.

A posição é excessivamente controlada. Posada.

Tem até lógica: prevenir o roubo do lençol. Mas a cena não ultrapassa a praticidade romântica. É um pouco infantil, uma regressão ao ventre. Nesta hora, ninguém precisa mais de posições fetais. E do colo de mãe.

Amor se revela quando os dois vão dormir e se acordam amontoados. As pernas femininas sobre as pernas do homem, os braços enrolados como fantoches, os beijos agora suspirados; uma sensação de clandestinidade no próprio corpo. Como um barco cubano, absolutamente ilegal, atravessando o Oceano Atlântico em direção à Miami.

Quem apaga amontoado confessa atração química. Não se rendeu, apesar do gozo, do sono, do medo de ser inconveniente. Sentirá câimbras, formigamentos. Ou não sentirá nada de manhã com a dormência dos movimentos. Qualquer que seja o imposto, não se mexe. Não abandona sua vigília. Não confia que conquistou, que seduziu, que concluiu.

O casal amontoado é ambicioso. Ambos não dormem juntos, já moram juntos um na nudez do outro. Como se estivessem mortos, porém intensos, vivos, alucinando mais do que sonhando.

Os longos cabelos negros encordoando o peito masculino, as coxas ainda atentas, os seios curiosos. A tensão permanece, a conversa prossegue no escuro com exclamações ilegíveis, a mão é um abajur aceso. Não é um descanso organizado, planejado; é um sono de fundo falso, agitado de sons, sobrevoando o conforto. Uma ânsia de ficar junto de qualquer jeito, aproveitar toda a pressa da pele. Finge-se desmaio para prosseguir o trabalho com a respiração.

O casal pode estar exausto, arrebentado por tudo o que foi dado, mas ele e ela ainda se caçam de modo involuntário. Entendem que o sexo pede mais carícia. Não foram cada um para seu lado, aliviados do prazer. Muitos menos desejaram a tranquilidade caseira do encaixe. Não se cansaram da proximidade. Estão lutando pela permanência na memória, brigando para não serem esquecidos, insistindo para que se telefonem no dia seguinte, arrumando motivos e desculpas.

Amontoar é o momento em que mostramos que o cheiro nos agrada, que não há como voltar a ser como antes.

Significa que nenhum dos dois vai se separar de manhã. Não terminaram de se encontrar.



Fonte: http://carpinejar.blogspot.com/2010/05/melhor-do-que-conchinha.html

terça-feira, 18 de maio de 2010

(re) conhecendo

Finalmente a sensação de estar no próprio traço, e não em alheios.
Durante um bom tempo tive a nítida impressão de estar atrapalhando histórias, causando desencontros que nao deveriam ocorrer, atrasando encontros que certamente deviam ocorrer. O mundo acontecia ao meu redor, e eu observava com olhos parados.
Agora tudo está voltando ao normal. .
Estou no meu lugar, na minha história.














 

Telhados de Paris
Nei Lisboa

Venta Ali se vê
Aonde o arvoredo
Inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que um engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que me estranha, mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito


Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
doidos, doidos, doidos, doidos
Meus olhos doidos, doidos, doidos,
doidos, doidos, doidos
São doidos por ti

 
O tempo se foi
há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
de versos retos, corretos
E o resto de paixão, reguei
Vai servir prá nós
E o doce da loucura
E teu, é meu
Prá usar a sós

Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
doidos, doidos, doidos, doidos, já vi, mon cherri
Meus olhos doidos, doidos, doidos,
doidos, doidos, doidos
São doidos por ti 

 
Venta Ali se vê
Aonde o arvoredo
Inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
um silêncio sem fim...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PROTESTO CONTRA DECISÃO DA REITORIA DA UFRGS

 
O Gabinete da Reitoria divulgou nota oficial, na última sexta, sobre as novas regras para o Cerimonial de Colação de Grau no palco.

Algumas regras afetam-nos diretamente e não contemplam nenhuma das reivindicações das Comissões de Formatura entregues à Reitoria, juntamente com o abaixo-assinado contendo 2400 assinaturas:

·         As manifestações individuais dos formandos deverão ser feitas em vídeo, com tempo máximo de 30 segundos para cada formando.

·         A chamada dos formandos será feita pelo Assessor Administrativo por ordem alfabética ou conforme ordem de afinidade informada pela Comissão de Formatura.


Diante de tal decisão, que sequer contou com a presença de alguma representação estudantil para que pudessem ser apresentados os interesses dos alunos - como havia sido prometido por nosso Vice-Reitor, convocamos todos os discentes da UFRGS, graduandos ou formandos, para:

ATO DE PROTESTO

DIA: 18 de maio - TERÇA
HORA: 10 horas da manhã
LOCAL: saguão da Reitoria


Neste dia o DCE, as Comissões de Formaturas e demais alunos solicitarão reunião com a Reitoria a fim de que as reivindicações dos alunos sejam atendidas. 

Esta medida não atinge somente somente as turmas de formando esse semestre. Vai atingir todos os alunos da UFRGS a partir da publicação da medida. Então, se você se imagina tendo sua formatura na UFRGS da forma que é hoje, participe desta mobilização para sensibilizar a Reitoria rever esta medida absurda.

Att.

--
Diretório Central dos Estudantes
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Gestão 2009/2010 - DCE Livre

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fórum Gaúcho pela Melhoria das Bibliotecas Públicas e Escolares

14h - Abertura

Prefeito - Romildo Bolzan Júnior

Secretário Municipal de Educação- Gil José Davóglio

Assessora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação - Maristela Castro;

Presidente da Câmara de Vereadores de Osório - Rossano Teixeira;

Presidente da Comissão de Orçamento, Educação e Bem Estar - Ver. Denílson da Silva;

Coordenadora da 11ª CRE  - Maria Teresinha de Lima Silveira;

Presidente do Conselho Municipal de Educação - Maria Isabel B. A. da Silveira.

14h20min - Integração Biblioteca Pública e Escolar em Osório - Projeto Cidadão Leitor - Bibliotecária Rosane Hammel -   Coordenadora  da Biblioteca Pública de Osório e Orientadora Técnica das Bibliotecas Escolares  da Rede Municipal de Ensino e Silvia Dalpiaz - Supervisora Pedagógica das Auxiliares de Bibliotecas Escolares

14h45min - Frente Parlamentar de Leitura - Vereadora   da Câmara Municipal de Porto Alegre  Fernanda Melchiona

15h15mim - Propostas de integração entre Bibliotecas Escolares, Públicas e Comunitárias para estímulo da leitura

Professora Dra. Eliane Moro - FABICO UFRGS

Professora Dra. Lizandra Estabel - Coordenadora do Curso Técnico em Biblioteconomia - IFRS

16h - Coffe Break  

16h30mim - Apresentação do Sistema de Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre - Projetos de organização técnica e projetos pedagógicos para dinamização das bibliotecas escolares -Bibliotecários  Fernando Telles, Adriana Gomes, Giane Zacher

17h15min - Boas Práticas  - Relato de Experiência - A biblioteca pólo do Ceclimar - Bibliotecária Stella Maris do Canto Pivetta

18h - Encerramento

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Preciso de férias, definitivamente.
da faculdade, do estagio, do Centro Academico, de Porto Alegre, de algumas pessoas, de mim mesma, e das minhas confusoes.
Alguns dias de ócio criativo numa prainha em Santa, ou quem sabe um templo de meditação na Índia, ou casa da vó com todas as regalias que isso inclui, ou simplesmente, ficar em casa, de bobeira.
Mas por favor, providencie isso logo!

domingo, 9 de maio de 2010

Divagações II...

Pra que sangue, se nao esquenta o coração?




Uma correção tardia, mas espero que ainda válida. Esse texto é do amigo , e pode ser lido aqui, junto com outras coisas lindas e desassossegadoras.

...

só pra constar... 666 acessos nessa noite.
super apropriado pro meu estado de espírito!

sábado, 8 de maio de 2010

(...)



(...)
Supôs amar o instante e só amou sua carne
solitária, ou amou talvez a carne que o amou.
Por certo tudo fora desejo insatisfeito,
e sua esperança foi apenas nostalgia
do que viria depois; assim foi o futuro
como a lembrança: um fantasma de luz;
e o outro, sombra.
(...)

Francisco Brines, in Ensaio de Uma Despedida

Reflexão no meio da noite

Odeio, muito! Muito mesmo!
Pra que fazer isso? Pra que incomodar a pessoa por semanas, perder tempo, gastar papo, usar cantadinhas e declarações, fazer tudo que pode e que nao pode, só pra me tirar do lugar.
Depois que tira do lugar, me joga no espaço, e me deixa lá mesmo.
Me defendi, claro. Resisti? Muito. O máximo que pude.
Houve um problema de sincronia, "timing".
Um desacordo do universo.
Se ia mudar tão rápido, nao precisava jogar assim.
Agora eu fico aqui, troxa, acordada de madrugada, revisando mentalmente as besteiras que disse, porque nao consegui dormir pensando em dize-las.
E revisando as respostas que recebi, e que me fizeram sentir tanta vergonha quanto sinto agora.
Odeio!
Cada vez mais!
Devia ter ficado no meu canto tomando cerveja, e te mandado à merda na primeira chance que tive!
Mas nao, nao...
Maldito sentimentalismo molóide, deixei minha racionalidade virginiana ortodoxa de lado.
Passei uma semana roendo unhas, e olhando cada movimento ao meu redor, pensando em quem podia ser.
(quem será que eu esperava???)
De uma paixão platonica pra outra. Teoria da autosabotagem aplicada.
Celibato e alcolismo, é o que me resta.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Divagações II...

E quando finalmente ela resolveu se deixar levar, e tentar se apaixonar, e curtir toda essa novidade, ele mudou de idéia. Já não queria insistir nessa história ...
Exatamente como previsto.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

divagações I ...












Fico triste quando vou dormir, me sinto sozinha... sinto falta de um abraço, um pé quente, uma respiraçao ofegante e risadas.
Mas é muito estranho, pois acordo muito bem, e agradecendo por nao ter ninguem com bafo pra me acordar ou ter que expulsar da cama de manha cedo!
Mulheres... quem entende!